Monday, November 05, 2012

Arriscar é: valorar 8

Não tenho filhos e tremo só de pensar.
Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades.
Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da
benesse, não levam vidas descansadas.
Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e
numa ansiedade de contornos particularmente patológicos.
Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não.
A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro,lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a
criança fosse um potro de competição.·
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas
sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de
sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de
sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a
mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro:
quanto mais temos, mais queremos.Quanto mais queremos, mais desesperamos.
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por
arrasar o mais leve traço de humanidade.O que não deixa de ser uma lástima.·
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne,
saberiam que o fim último da vida não é a 
excelência, mas sim a  felicidade
!"

Arriscar é: provar o amor

Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!