Tuesday, November 17, 2009

Arriscar é: 40+1

40 + 1 ao meu pai Carlos Augusto…


Deus já me deu a possibilidade de viver várias etapas da vida. Aproveitando a nova década agradeço-a como um recomeço. 40+1.
No Ano Sacerdotal, louvo a Jesus pelo dom do chamamento ao serviço como Padre na Igreja e agradeço-Lhe a beleza da música e da poesia, linguagens que tanto me aproximam Dele.
A paixão pela música teve a mediação do meu Pai Carlos Augusto que desde cedo me passou muitos dos seus gostos, que depressa também se tornaram meus. Da clássica, à popular passando pela ligeira se compunha a pequena discoteca lá de casa.
Pela música Deus foi chegando a mim e passando de mim aos outros.


Os outros, que sois vós, foram nas diferentes fases da vida ficando mais gravados na memória com as canções que foram marcando cada vivência.
Espero que aceitem esta pequena partilha como um pouco de mim que se reparte, em gratidão, convosco e com o meu Pai Carlos Augusto.
Com o Pachebel de Mozart convido-vos a agradecer a vida e os que Deus nos deu.


2. Alcobaça – Maria de Lurdes Resende Tudo começa na raiz. Um local onde nos vamos definindo e buscando suporte para a construção da nossa identidade. A minha terra Alcobaça, o meu bairro e um sentimento dos que mais valorizo: SAUDADE.


3. Amar como Jesus amou* – P. Zezinho O meu primeiro disco, ainda mesmo sem gira discos. Dos discos aos livros, este é um cantor com um estilo e mensagem que muito marcaram o que sou como Padre.


4. Musica* – José Cid Lembro-me de ir no VW “carocha” a cantar encostado aos bancos da frente esperando algum reconhecimento dos meus pais. Esta canção deu-me vários “primeiros prémios” em festivais da canção na minha rua entre a malta. O grande José Cid marcou a minha infância e o meu gosto inicial pela música. Não nasci só para a música, mas se repararem encontram-na a sair de mim pelo bater ritmado e constante dos dedos em algo…


5. Unforgetable – Nat King Cole Um caso estranho de sucesso numa América racista. Este negro foi dos tais que o meu pai me ensinou a apreciar. Intemporal. De ontem, hoje e para sempre. Pela arte e pela causa. “Inesquecível”.


6. Sailing* – Rod Stewart No último Rock in Rio pude vibrar com este tema e muitos outros. Há empatias estranhas. Das canções de Rod gosto de quase tudo. Muitas noites, de auscultadores nos ouvidos, “naveguei” com ele pelo Oceano Pacifico na RFM.


7. Detalhes* – Roberto Carlos Uma das paixões musicais que eu herdei do meu pai. O Roberto Carlos foi com ele para a guerra e voltou. Além desta ser uma das minhas canções favoritas, junto a isto o facto de ter assistido com o meu pai a um concerto memorável no Pavilhão Atlântico. Para a eternidade.


8. Carless wisper – George Michael Esta é uma canção que marca a passagem para a adolescência. As paixões platónicas. A discoteca de garagem do Pedro e do Tino. Os “slows”. As amizades. A idade dos riscos, e dos corações com setinhas…alguns desenhados nos tampos das carteiras da escola.


9. Stuck on you – Lionel Ritchie Para fechar esta etapa o cantor que ajudava o pensamento a voar. Ainda hoje gosto muito. Alimenta o romantismo que nasceu por essas alturas. Ainda um dia o hei-de ver ao vivo.


10. Pedra Filosofal – Manuel Freire Por estranho que pareça, quis marcar a fase do seminário e um pouco antes com este tema. Também passei pela fase dos “impulsos revolucionários”. Afinal já cá estava no 25 de Abril. A vontade de mudar o mundo alimentou algumas decisões. Fiz algumas incursões em áreas diversas como o associativismo estudantil. Marca o tempo em que aprendi a tocar guitarra, já no seminário, e as músicas populares portuguesas que por aí aprendi.


11. Estrela do Mar* – Jorge Palma Se o meu pai marcou o meu gosto musical, o meu irmão foi um grande companheiro nesta estrada. Muitos músicos partilhou e partilha comigo. O Palma foi um deles. Muitas canções já cantámos juntos. Em S. Martinho do Porto, onde as férias nos proporcionaram grandes momentos de convívio musical com o grupo Eliezer.


12. Who wants to live forever – Queen Do meu tempo na Lourinhã e dos tempos em que saídos do seminário pensamos que a salvação do mundo passa apenas por nós, guardo este tema. Foram os primeiros Retiros de Jovens. Tudo com muita criatividade e energia. Não posso deixar de referir que o Freddy Mercury é, para mim, um dos melhores intérpretes de sempre, precisamente pela energia que passa.


13. Tudo o que eu te dou* – Pedro Abrunhosa Eis-me chegado à zona das Caldas da Rainha. Este era um tema que me ajudava a serenar diante do mar ou da Lagoa na Foz do Arelho. Dentro da Renault Trafic, passava este tema vezes sem conta numa cassete, onde só ele estava gravado, de um lado e do outro.


14. Pela vida companheiros – Pedro Barroso O mar sempre me esteve próximo. Da Nazaré, de S. Martinho, da Areia Branca, da Foz do Arelho. Um dia até criei um “Farol” para mim e alguns companheiros. O meu Farol dava para um mar de afectos e um oceano de emoções. Foi na Rádio Caldas ao domingo à noite. Este era um dos temas obrigatórios por toda a ambiência. Ainda hoje a Rádio é tão importante que digo que é o meu “desporto” favorito. Já lá fui tão feliz que um dia volto.


15. Sozinho – Caetano Veloso Muitas das canções que escolhi é porque gosto de as ouvir. Esta é também porque gosto de a cantar. Desde o tempo das Caldas que faz parte do meu reportório preferido, no karaoke ou quando tenho alguém que me acompanhe à viola.


16. Lume* – Mafalda Veiga Aprendi a apreciar muitas canções como uma obra-prima de arte. Algumas, pela junção e riqueza da letra e melodia são para mim monumentos. Esta é um dos expoentes máximos do que acabei de referir. Tive a felicidade de privar mais de perto com a Mafalda Veiga quer em Concertos quer em momentos mais informais. Quase todos mágicos.


17. Chuva* – Mariza Hoje uma das minhas fontes de inspiração e admiração é a Mariza. Este tema entre outros, que ouço repetidamente fazem-me estremecer. O seu desempenho é arte, é carisma, é dom. Grandes e fabulosos concertos. Dos melhores que vi até hoje.


18. Somethimes you can make it *– U2 Esta música marca o meu tempo no Hospital D. Estefânia. Primeiro pela homenagem à Inês Botelho que fizemos na Capela e onde esta música passou. Depois pelo concerto dos U2 em Alvalade onde o Bono, depois de ter cantado esta canção dedicou uma outra aos profissionais do H. D. Estefânia. Até às lágrimas…


19. Your song – Moulin Rouge São dois os pontos a focar nesta canção. Um deslumbrante concerto a que assisti dado pelo seu autor, Elton John, no Canadá. E um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge, do qual faz parte da banda sonora. Já vi vezes sem conta e vou continuar…


20. Lágrima – Amália Estes foram os tempos que vivi até aqui. Começo uma nova contagem, +1. A Amália, que gostava de ter conhecido pessoalmente e que este ano tanto se celebra tem, neste poema seu, um texto que me ajuda a lembrar a eternidade para onde caminho. E recordo os meus que já partiram, entre eles a minha avó Maria “da Constança” e o meu tio Alberto, “fadistas”. Tantos outros e tão queridos…


21. Fácil de entender* – The Gifth Comecei esta selecção com um tema da minha terra e termino com um grupo da minha terra e um dos temas que mais gosto de lhes ouvir. Espero que lhes seja fácil de entender esta pequena partilha cheia de carinho.


A música ajuda-me a saborear dois gostos da vida, SAUDADE e GRATIDÃO.


Será que é da idade?!…


Nota - *Assisti ao vivo.

Arriscar é: provar o amor

Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!