Friday, November 27, 2009

Arriscar é: reconciliação

Uma das coisas que mais me edifica
é ver duas ou mais pessoas numa boa conversa.
Quando é num casal acho ainda mais fantástico.
Precisamos tanto de conversar.
Uma boa conversa reconcilia-nos
com os outros e connosco.
Até existe um sacramento
que é uma conversa que nos reconcilia com Deus.

Monday, November 23, 2009

Arriscar é: mandar

"Ninguém manda em mim!"
É bem comum escutar esta frase.
Desde pequeno a tentação de a citar é grande.
E quem dera que fosse cada um de nós a mandar
um pouco mais.
Mas não é de todo verdade.
Somos cada vez mais conduzidos por orientações exteriores.
Mandam em nós directrizes fora de nós,
da nossa casa, da nossa instituição, do nosso país...
Esta parametrização contribui para o nosso bem?
Uns chamam-lhe globalização, normas...
Eu nem sei o que lhe chame...

Friday, November 20, 2009

Arriscar é: dar-se conta

Muitos são ricos e não se dão conta disso,
por isso são infelizes.

Que é preciso?
Que falta?
Até quando?
Porquê?

É que esta é das piores figuras que podemos fazer...

Tuesday, November 17, 2009

Arriscar é: 40+1

40 + 1 ao meu pai Carlos Augusto…


Deus já me deu a possibilidade de viver várias etapas da vida. Aproveitando a nova década agradeço-a como um recomeço. 40+1.
No Ano Sacerdotal, louvo a Jesus pelo dom do chamamento ao serviço como Padre na Igreja e agradeço-Lhe a beleza da música e da poesia, linguagens que tanto me aproximam Dele.
A paixão pela música teve a mediação do meu Pai Carlos Augusto que desde cedo me passou muitos dos seus gostos, que depressa também se tornaram meus. Da clássica, à popular passando pela ligeira se compunha a pequena discoteca lá de casa.
Pela música Deus foi chegando a mim e passando de mim aos outros.


Os outros, que sois vós, foram nas diferentes fases da vida ficando mais gravados na memória com as canções que foram marcando cada vivência.
Espero que aceitem esta pequena partilha como um pouco de mim que se reparte, em gratidão, convosco e com o meu Pai Carlos Augusto.
Com o Pachebel de Mozart convido-vos a agradecer a vida e os que Deus nos deu.


2. Alcobaça – Maria de Lurdes Resende Tudo começa na raiz. Um local onde nos vamos definindo e buscando suporte para a construção da nossa identidade. A minha terra Alcobaça, o meu bairro e um sentimento dos que mais valorizo: SAUDADE.


3. Amar como Jesus amou* – P. Zezinho O meu primeiro disco, ainda mesmo sem gira discos. Dos discos aos livros, este é um cantor com um estilo e mensagem que muito marcaram o que sou como Padre.


4. Musica* – José Cid Lembro-me de ir no VW “carocha” a cantar encostado aos bancos da frente esperando algum reconhecimento dos meus pais. Esta canção deu-me vários “primeiros prémios” em festivais da canção na minha rua entre a malta. O grande José Cid marcou a minha infância e o meu gosto inicial pela música. Não nasci só para a música, mas se repararem encontram-na a sair de mim pelo bater ritmado e constante dos dedos em algo…


5. Unforgetable – Nat King Cole Um caso estranho de sucesso numa América racista. Este negro foi dos tais que o meu pai me ensinou a apreciar. Intemporal. De ontem, hoje e para sempre. Pela arte e pela causa. “Inesquecível”.


6. Sailing* – Rod Stewart No último Rock in Rio pude vibrar com este tema e muitos outros. Há empatias estranhas. Das canções de Rod gosto de quase tudo. Muitas noites, de auscultadores nos ouvidos, “naveguei” com ele pelo Oceano Pacifico na RFM.


7. Detalhes* – Roberto Carlos Uma das paixões musicais que eu herdei do meu pai. O Roberto Carlos foi com ele para a guerra e voltou. Além desta ser uma das minhas canções favoritas, junto a isto o facto de ter assistido com o meu pai a um concerto memorável no Pavilhão Atlântico. Para a eternidade.


8. Carless wisper – George Michael Esta é uma canção que marca a passagem para a adolescência. As paixões platónicas. A discoteca de garagem do Pedro e do Tino. Os “slows”. As amizades. A idade dos riscos, e dos corações com setinhas…alguns desenhados nos tampos das carteiras da escola.


9. Stuck on you – Lionel Ritchie Para fechar esta etapa o cantor que ajudava o pensamento a voar. Ainda hoje gosto muito. Alimenta o romantismo que nasceu por essas alturas. Ainda um dia o hei-de ver ao vivo.


10. Pedra Filosofal – Manuel Freire Por estranho que pareça, quis marcar a fase do seminário e um pouco antes com este tema. Também passei pela fase dos “impulsos revolucionários”. Afinal já cá estava no 25 de Abril. A vontade de mudar o mundo alimentou algumas decisões. Fiz algumas incursões em áreas diversas como o associativismo estudantil. Marca o tempo em que aprendi a tocar guitarra, já no seminário, e as músicas populares portuguesas que por aí aprendi.


11. Estrela do Mar* – Jorge Palma Se o meu pai marcou o meu gosto musical, o meu irmão foi um grande companheiro nesta estrada. Muitos músicos partilhou e partilha comigo. O Palma foi um deles. Muitas canções já cantámos juntos. Em S. Martinho do Porto, onde as férias nos proporcionaram grandes momentos de convívio musical com o grupo Eliezer.


12. Who wants to live forever – Queen Do meu tempo na Lourinhã e dos tempos em que saídos do seminário pensamos que a salvação do mundo passa apenas por nós, guardo este tema. Foram os primeiros Retiros de Jovens. Tudo com muita criatividade e energia. Não posso deixar de referir que o Freddy Mercury é, para mim, um dos melhores intérpretes de sempre, precisamente pela energia que passa.


13. Tudo o que eu te dou* – Pedro Abrunhosa Eis-me chegado à zona das Caldas da Rainha. Este era um tema que me ajudava a serenar diante do mar ou da Lagoa na Foz do Arelho. Dentro da Renault Trafic, passava este tema vezes sem conta numa cassete, onde só ele estava gravado, de um lado e do outro.


14. Pela vida companheiros – Pedro Barroso O mar sempre me esteve próximo. Da Nazaré, de S. Martinho, da Areia Branca, da Foz do Arelho. Um dia até criei um “Farol” para mim e alguns companheiros. O meu Farol dava para um mar de afectos e um oceano de emoções. Foi na Rádio Caldas ao domingo à noite. Este era um dos temas obrigatórios por toda a ambiência. Ainda hoje a Rádio é tão importante que digo que é o meu “desporto” favorito. Já lá fui tão feliz que um dia volto.


15. Sozinho – Caetano Veloso Muitas das canções que escolhi é porque gosto de as ouvir. Esta é também porque gosto de a cantar. Desde o tempo das Caldas que faz parte do meu reportório preferido, no karaoke ou quando tenho alguém que me acompanhe à viola.


16. Lume* – Mafalda Veiga Aprendi a apreciar muitas canções como uma obra-prima de arte. Algumas, pela junção e riqueza da letra e melodia são para mim monumentos. Esta é um dos expoentes máximos do que acabei de referir. Tive a felicidade de privar mais de perto com a Mafalda Veiga quer em Concertos quer em momentos mais informais. Quase todos mágicos.


17. Chuva* – Mariza Hoje uma das minhas fontes de inspiração e admiração é a Mariza. Este tema entre outros, que ouço repetidamente fazem-me estremecer. O seu desempenho é arte, é carisma, é dom. Grandes e fabulosos concertos. Dos melhores que vi até hoje.


18. Somethimes you can make it *– U2 Esta música marca o meu tempo no Hospital D. Estefânia. Primeiro pela homenagem à Inês Botelho que fizemos na Capela e onde esta música passou. Depois pelo concerto dos U2 em Alvalade onde o Bono, depois de ter cantado esta canção dedicou uma outra aos profissionais do H. D. Estefânia. Até às lágrimas…


19. Your song – Moulin Rouge São dois os pontos a focar nesta canção. Um deslumbrante concerto a que assisti dado pelo seu autor, Elton John, no Canadá. E um dos meus filmes favoritos, Moulin Rouge, do qual faz parte da banda sonora. Já vi vezes sem conta e vou continuar…


20. Lágrima – Amália Estes foram os tempos que vivi até aqui. Começo uma nova contagem, +1. A Amália, que gostava de ter conhecido pessoalmente e que este ano tanto se celebra tem, neste poema seu, um texto que me ajuda a lembrar a eternidade para onde caminho. E recordo os meus que já partiram, entre eles a minha avó Maria “da Constança” e o meu tio Alberto, “fadistas”. Tantos outros e tão queridos…


21. Fácil de entender* – The Gifth Comecei esta selecção com um tema da minha terra e termino com um grupo da minha terra e um dos temas que mais gosto de lhes ouvir. Espero que lhes seja fácil de entender esta pequena partilha cheia de carinho.


A música ajuda-me a saborear dois gostos da vida, SAUDADE e GRATIDÃO.


Será que é da idade?!…


Nota - *Assisti ao vivo.

Thursday, November 12, 2009

Arriscar é: ano sacerdotal IV

"Na Sabedoria há um espírito inteligente,
santo, único, multiforme, subtil, veloz, perspicaz, sem mancha;
um espírito lúcido,inalterável, amigo do bem;
penetrante, irreprimível, benfazejo, amigo dos homens;
firme, seguro, sereno;
ele tudo pode, tudo abrange e penetra todos os espíritos,
os mais inteligentes, mais puros e mais subtis.
A Sabedoria é mais ágil do que todo o movimento, atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza.
Ela é um sopro do poder de Deus, emanação pura da glória do Omnipotente;
por isso nenhuma impureza a pode atingir.
Ela é o esplendor da luz eterna, espelho puríssimo da actividade de Deus, imagem da Sua bondade.
Sendo única, ela tudo pode e , imutável em si mesma, tudo renova.
Ela comunica-se de geração em geração pelas almas santas e forma os amigos de Deus e os profetas, pois Deus só ama quem habita com a Sabedoria.
Ela é mais formosa do que o sol e supera todas as constelações.
Comparada com a luz, aparece mais excelente, porque à luz sucede a noite,
mas a maldade nada pode contra a Sabedoria.
Estende o seu vigor de um extremo ao outro da terra e tudo governa com harmonia".
(Do livro da Sabedoria)

Wednesday, November 11, 2009

Arriscar é: ano sacerdotal III

Eu Vos amo, meu Deus, e o meu único desejo é amar-Vos até o último suspiro da minha vida.
Eu Vos amo, Deus infinitamente amável, e prefiro morrer amando-Vos a viver um só instante sem Vos amar.
Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de amar-Vos eternamente.
Eu Vos amo, meu Deus, e desejo o céu para ter a felicidade de Vos amar perfeitamente.
Eu Vos amo, meu Deus infinitamente bom,
e temo o inferno porque lá não haverá nunca a consolação de Vos amar.
Meu Deus, se a minha língua não Vos pode dizer a todo o momento que Vos amo, quero que o meu coração Vo-lo repita cada vez que respiro.
Meu Deus, concedei-me a graça de sofrer amando-Vos
e de Vos amar sofrendo.
Eu Vos amo, meu divino Salvador, porque fostes crucificado por mim e porque me tendes aqui em baixo crucificado por Vós.
Meu Deus, concedei-me a graça de morrer amando-Vos e de saber que Vos amo.
Meu Deus, à medida que me aproximo do meu fim, concedei-me a graça de aumentar e aperfeiçoar o meu amor.
Amém.
S. João Maria Vianney.

Tuesday, November 10, 2009

Arriscar é: ano sacerdotal II

« Um padre deve ser simultaneamente pequeno e grande,
nobre de espírito, como que de sangue real,
simples e natural, como de origem camponesa...
Herói na conquista de si mesmo,
um homem que lutou com Deus,
uma fonte de santificação,
um pecador a quem Deus perdoou...
Senhor dos seus desejos,
servo dos tímidos e dos fracos,
que não se ajoelha diante dos poderosos,
mas que se curva diante dos pobres!
Discípulo do seu Senhor,
chefe do seu rebanho,
um mendigo com as mãos amplamente abertas,
portador de numerosos dons...
Um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes,
com a sabedoria da idade e a confiança de uma criança,
voltado para o alto,
mas com os pés bem assentes no chão...
Feito para a alegria,
mas perito no sofrimento,
afastado de toda a inveja,de vistas largas...
Que fala com franqueza,
um amigo da paz,
inimigo da preguiça,
fiel para sempre...
Tão diferente de mim! »

(Adaptado)

Arriscar é: sonhar sempre

Eu sonho que um dia, os cristãos vão descobrir a Bíblia como lugar privilegiado para o encontrar a fé, a vontade e a vida de Deus e para o reencontro com a sua vontade e o rumo da sua própria vida.
Eu sonho que um dia, cada cristão vai ter a sua Bíblia e há-de lê-la diariamente, como quem dá luz aos seus dias.
Eu sonho que um dia, todas as famílias cristãs vão ler e partilhar a Palavra de Deus em suas casas, dando sentido aos problemas e alegrias de cada um.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos, apesar de baptizados em pequeninos e tendo frequentado a catequese, não deixarão de se considerar em permanente crescimento espiritual e em estado de contínua conversão a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos escutem, conheçam, compreendam, anunciem e amem a Palavra de Deus, numa verdadeira adesão à revelação do Deus Criador e Redentor.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos, como o seu Mestre não tenham medo de “sofrer tudo isto” para entrar na Sua Glória.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos testemunhem a Ressurreição pela Sua profunda comunhão com Cristo Vivo.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos tenham um só coração e uma só alma, aprendam com o seu Senhor a compartilhar, antecipando a eternidade.
Eu sonho que um dia, à imagem e semelhança da Santíssima Trindade, onde o Amor é expansivo e dom de si, assim seja na vida dos Cristãos.
Eu sonho que um dia, todos os homens saibam que toda a sua vida e a criação têm como destino a glória eterna.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos dêem a conhecer a Fé pelas obras, a renovem constantemente e a celebrem.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos assumam a Fé toda e não só a parte que convém ao seu comodismo. Que tendo a Deus por Pai tenham a Igreja por mãe, que a amem, a cuidem e a defendam.
Senhor Deus, a Ti confio este sonho. E a todos os que já acolheram a alegria de Te conhecerem, amarem e servirem.

Arriscar é: sonhar sempre

Eu sonho que um dia, os cristãos vão descobrir a Bíblia como lugar privilegiado para o encontrar a fé, a vontade e a vida de Deus e para o reencontro com a sua vontade e o rumo da sua própria vida.
Eu sonho que um dia, cada cristão vai ter a sua Bíblia e há-de lê-la diariamente, como quem dá luz aos seus dias.
Eu sonho que um dia, todas as famílias cristãs vão ler e partilhar a Palavra de Deus em suas casas, dando sentido aos problemas e alegrias de cada um.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos, apesar de baptizados em pequeninos e tendo frequentado a catequese, não deixarão de se considerar em permanente crescimento espiritual e em estado de contínua conversão a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos escutem, conheçam, compreendam, anunciem e amem a Palavra de Deus, numa verdadeira adesão à revelação do Deus Criador e Redentor.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos, como o seu Mestre não tenham medo de “sofrer tudo isto” para entrar na Sua Glória.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos testemunhem a Ressurreição pela Sua profunda comunhão com Cristo Vivo.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos tenham um só coração e uma só alma, aprendam com o seu Senhor a compartilhar, antecipando a eternidade.
Eu sonho que um dia, à imagem e semelhança da Santíssima Trindade, onde o Amor é expansivo e dom de si, assim seja na vida dos Cristãos.
Eu sonho que um dia, todos os homens saibam que toda a sua vida e a criação têm como destino a glória eterna.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos dêem a conhecer a Fé pelas obras, a renovem constantemente e a celebrem.
Eu sonho que um dia, todos os cristãos assumam a Fé toda e não só a parte que convém ao seu comodismo. Que tendo a Deus por Pai tenham a Igreja por mãe, que a amem, a cuidem e a defendam.
Senhor Deus, a Ti confio este sonho. E a todos os que já acolheram a alegria de Te conhecerem, amarem e servirem.

Monday, November 02, 2009

Arriscar é: solidariedade geracional

A santidade é um caminho de comunhão.
Comunhão com Deus
com a humanidade
com a natureza criada.
A criação foi-nos dada para
administrar e não para destruir.
Daí que faça sentido passar ás gerações
vindouras o mundo melhor do que o recebemos.
Essa é a solidariedade geracional.
A santidade cristã não pode dispensar nenhuma
das comunhões.
Sem alguma delas caminhamos coxos para o Céu
ou nem sequer avançamos.

Arriscar é: provar o amor

Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!